Aniversário da Revolução Constitucionalista de 32 2024

Datas da Aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932

O Aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932 está previsto para as seguintes datas:

A data é fixa e será sempre celebrada no dia 9 de julho.

Aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932

No dia 9 de julho, comemora-se no estado de São Paulo o Aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932. Foi um dos principais movimentos armados do Brasil, que buscava restabelecer a ordem constitucional após o golpe de 1930, esse último tendo dado fim à política do café-com-leite, com início à Era Vargas.

Contexto histórico

Para entender esse momento político, é preciso voltar ao ano de 1930, fim da chamada República Velha (1889-1930). Naquela época, havia um acordo entre os estados mais poderosos do país, Minas Gerais e São Paulo, para que seus representantes se sucedessem na presidência da república. Esse acordo recebeu o nome de “política do café-com-leite”, numa alusão às principais produções de cada um dos estados. Em 1930, entretanto, o presidente Washington Luis, representante de São Paulo, quebrou o acordo ao indicar Júlio Prestes, governador de São Paulo, como seu sucessor. Este vence as eleições. Representantes políticos de Minas Gerais se recusam a aceitar a desfeita e organizam, juntamente com o Rio Grande do Sul e a Paraíba, um golpe de estado, que coloca Getúlio Vargas no poder. Deu-se assim a suspensão da ordem constitucional.

Em suas primeiras medidas, Vargas dissolveu o congresso, anulou a Constituição de 1891 e diminuiu o poder de cada estado, por meio da nomeação de interventores. Além disso, cada estado tinha interventores nascidos localmente, exceto São Paulo. O poder sobre a economia cafeeira passou, então, a ser controlada pelo presidente. São Paulo manifestava sua grande insatisfação com as medidas da época. Assim, as forças políticas e econômicas paulistas passaram a exigir uma nova Assembleia Constituinte e novas eleições. A população paulista passou a apoiar as exigências da elite e a organizar comícios e manifestações em sua capital. Na imprensa, falava-se em “ditadura”. Articulações para uma revolta armada no intuito de reconquistar a autonomia de São Paulo e derrubar Getúlio Vargas passaram a acontecer a partir de abril de 1931.

O estopim para a revolução foi a escolha de um novo interventor, em maio de 1932. Após longas negociações, os paulistas indicaram o embaixador Pedro de Toledo como interventor. No dia marcado para o anúncio oficial, aconteceu no centro de São Paulo um grande comício. Havia informações desencontradas sobre as negociações do escolhido por Vargas e os políticos paulistas. A população agitada marchou até o Palácio dos Campos Elíseos, onde seria feito o anúncio. Houve conflitos entre os manifestantes e grupos armados em apoio à ditadura, o que gerou a morte de quatro estudantes – Martins, Miragaia, Camargo e Dráusio (MMDC). Esse acontecimento marcou a luta paulista por sua soberania e pela restituição da ordem constitucional; o acontecimento ficou simbolicamente conhecido pela sigla MMDC, que mais tarde ganhou um A, em homenagem a Alvarenga, outro jovem morto no episódio. A partir desse acontecimento, a ação armada foi apontada como única saída para a crise. Foi o início da Revolução Constitucionalista, em 9 de julho de 1932.

O movimento contou com amplo apoio da população, que se mobilizou na organização da revolta, por meio de recrutamento de voluntários, treinamento, coleta de fundos para compra de armas, confecção de uniformes e equipamentos, entre outros preparativos.

Para o deflagrar e condução da operação, o comandante da ação militar contava com o apoio de outros estados, como Mato Grosso e Rio Grande do Sul, que entretanto não compareceram. Assim, as tropas federais conseguiram neutralizar a revolução. Após três meses de combate sangrento, os paulistas renunciaram à batalha; muitos foram presos e exilados.

Embora tenham perdido a batalha, os constitucionalistas alcançaram seu objetivo: Getúlio Vargas marcou as eleições para a Constituinte para maio de 1933, o que representou um gesto de reaproximação com os paulistas. O anúncio de Vargas foi interpretado como um símbolo de “vitória moral” para os constitucionalistas. Assim, o 9 de julho passou a ser uma data de grande expressão no calendário cívico do estado de São Paulo.